Inédita em BH, a peça da premiada companhia carioca pode ser vista no Galpão Cine Horto, e, em apresentações gratuitas, em dois Quilombos da capital e região metropolitana.
Nos dias 18, 19 e 20 de outubro (sexta a domingo), o Amok Teatro - premiada companhia da cena carioca, com mais de 25 anos de trajetória e doze espetáculos no repertório -, volta a BH para curta temporada de seu mais recente trabalho, “FURACÃO”.
Baseado na obra homônima do premiado escritor francês Laurent Gaudé, o espetáculo traz uma personagem da comunidade negra de Nova Orleans, face à violência do Katrina, furacão de devastou o sul dos Estados Unidos (2005). “FURACÃO” trata do peso da desigualdade social e racial em momentos de grandes tragédias climáticas.
No teatro do Galpão Cine Horto, o espetáculo cumpre temporada, sexta e sábado, às 20h e, no domingo, em duas sessões, às 17h30 e às 20h. Ingressos a R$30 e R$15 (meia), na bilheteria do teatro ou pela Sympla. Também será oferecida, no espaço, a oficina de "Treinamento-Improvisação" para atores e estudantes de teatro.
Em paralelo à temporada, o espetáculo também será apresentado em comunidades do Quilombo Arturos (Contagem) e do Quilombo Souza (BH). Ainda nas comunidades, será realizada a oficina "Olelê- Brincando Bantu", com o músico e arte- educador Fabio Mukanya, que propõe às crianças, um mergulho nos saberes da cultura Bantu. Este projeto é realizado através da Bolsa Funarte Myriam Muniz.
“FURACÃO fala sobre o racismo ambiental, sobre o peso da desigualdade em momentos de tragédia. Uma narrativa que mistura a gravidade do trágico com a doçura da fábula, para exaltar a beleza comovente daqueles que, apesar de tudo, permanecem de pé”, explica a fundadora do Amok Teatro, Ana Teixeira, que assina a direção e adaptação do texto de Laurent Gaudé, ao lado do parceiro Stephane Brodt.
Em 2005, quando o Katrina devastou o sul dos EUA, a artista recorda: “assistimos a pessoas brancas dos bairros ricos sendo evacuadas e, as mais pobres, em sua maioria pessoas negras, abandonadas à própria sorte.” Diante de tudo o que tem acontecido com o planeta, sobretudo nas últimas semanas, a artista afirma: “Precisamos olhar de frente para o problema da emergência climática. Não basta fiscalizar e punir. Precisamos de programas de reflorestamento, de recuperação dos biomas. Nossos filhos estão sem futuro e isso é muito grave. A sociedade está distraída. Estamos assistindo a falência do planeta, a um genocídio em Gaza, outro no Congo e parecemos anestesiados. O teatro tem essa capacidade de resgatar nossa humanidade, exercitar a empatia, de não nos deixar esquecer da fragilidade da vida”.
Com fortes referências da cultura e música negra de Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde se ambienta o romance de Gaudé sobre os sobreviventes do Katrina, o espetáculo FURACÃO coloca, em cena, uma poderosa personagem feminina – uma espécie de griot americana – alertando para a situação dos excluídos diante das catástrofes climáticas que devastam o planeta.
No coração da tempestade, Joséphine Linc Steelson, “uma velha negra de quase cem anos” enfrenta a fúria da natureza. Uma mulher marcada pela segregação racial. Uma voz que ecoa como um grito na cidade inundada e abandonada à própria sorte. O espetáculo segue a trajetória desta mulher cuja história poderia ser também a história de tantas outras mulheres brasileiras.
FURACÃO: temporada Galpão Cine Horto
18, 19 e 20 de outubro de 2024
sexta e sábado, às 20h, e domingos, sessões às 17h30 e 20h.
Rua Pitangui, 3613 - Horto. Tel.: 31 3481-5580
Ingressos: R$30 e R$15 (na bilheteria ou antecipados pela plataforma Sympla
Ação nos Quilombos
Quilombo dos Arturos (Contagem)
Apresentação de “FURACÃO” - 16/10, quinta –19h | acesso gratuito
+ oficina "Olelê - Brincando Bantu", com Fabio Mukanya - 19/10, sábado - 14h
Quilombo Souza (BH)
Apresentação de “FURACÃO” - 17/10, domingo - 19h
+ oficina "Olelê - Brincando Bantu", com Fabio Mukanya - 20/10, domingo - 14h
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