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Beagá reafirma sua relevância como um dos principais eventos de quadrinhos da América Latina

Atualizado: 10 de dez. de 2024

12ª edição do festival internacional recebeu, no Minascentro, cerca de 45 mil pessoas, em cinco dias de programação totalmente gratuita, dedicada à pluralidade da produção contemporânea de quadrinhos. Pesquisa revela que 92,5% dos participantes recomendam o evento e 95% pretendem retornar na próxima edição. 


Um festival sintonizado com seu tempo, que abriga a diversidade e possíveis diálogos entre os quadrinhos e outras linguagens. Mais uma vez, o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte - FIQ BH -, afirma sua importância como a maior voz da América Latina no gênero da arte sequencial, ao compreender as diversas etapas da relação entre mercado, público e artistas, estreitando os caminhos tanto para a aproximação de editoras e criadores, como o contato entre os produtores das HQs e o consumidor final. Durante a 12ª edição, mais de 400 artistas de diversas partes do Brasil e do mundo -, estiveram em contato permanente com cerca de 45 mil pessoas que percorreram, de 22 a 26 de maio, os corredores e espaços do Minascentro, em Belo Horizonte (MG). 


Programação extensa e gratuita para público de idades diversas!

A abertura oficial do festival, na quarta (22.05.24), lotou o Auditório Ziraldo reunindo cerca de 200 pessoas. A cerimônia contou com falas da Secretária de Cultura, Eliane Parreiras, da diretora-presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, do Secretário Municipal de Educação, Bruno Barral, e da gerente de comunicação e marketing e representante da Cemig, Hannah Drummond. 


Ainda na abertura, marcou presença a equipe de curadoria, representada pela quadrinista Amma Cardoso que abordou reflexões sobre o tema desta edição “Onde cabem os quadrinhos?”, e ainda, pelo pesquisador Lucas Ed., que prestou solidariedade aos quadrinistas do sul, trazendo comoção entre os presentes. Lucas também destacou o trabalho dos artistas homenageados, nesta edição: Alves (MG) e Ana Luiza Khoeler (RS). “É importante valorizar os que já nos deixaram, como Ziraldo, Paulo Caruso, entre outros, mas também reconhecer o trabalho dos que estão vivos e produzindo agora”, afirma. 


Segundo Gabriela Santoro, diretora-presidente do Instituto Periférico, o FIQ BH é uma vitrine para quadrinistas de diversas partes do Brasil que têm a oportunidade de expor seus trabalhos e estar em contato, trocando com outros artistas e o público presente. “Organizar o FIQ é sempre um desafio e uma grande responsabilidade. Por isso, zelamos pela diversidade da programação, melhorar a experiência de visitantes e convidados, e incorporar soluções de acessibilidade e sustentabilidade.  Durante os cinco dias, o FIQ promoveu Belo Horizonte como um centro de produção editorial, negócios do segmento e revelação de novos talentos. O evento impulsionou a força autoral dos nossos ilustradores, abrindo espaço para a visibilidade e comercialização de títulos que muitas vezes não encontram espaço nas grandes redes de distribuição”, afirma.


Levantamento realizado indicou que cada expositor levou, em média, cinco publicações para a Feira de Quadrinistas e vendeu, aproximadamente, R$4,9 mil nesta edição. Isso gera uma estimativa de mais de R$2 milhões em faturamento por editoras e quadrinistas independentes durante os cinco dias do evento. 


Nos cinco dias de festival, os visitantes puderam transitar por 16 estandes e 266 mesas com 406 quadrinistas, de todo o país, expondo e vendendo seus trabalhos. “Uma expressiva mostra da diversidade de temáticas e estéticas da produção contemporânea de quadrinhos do Brasil e do mundo, num só local, e adaptada aos diferentes públicos”, comenta Gabriel Nascimento, um dos coordenadores artísticos do Festival, ao lado de Afonso Andrade e Yuri Mesquita.

 

Para esta edição foram convidados para as mesas, oficinas e sessões de autógrafo, 93 artistas nacionais e seis internacionais: Paolo Bacilieri (Itália), Jenny Jordahl (Noruega), Zoe Thorogood (Reino Unido), Ángel de la Calle (Espanha), Maco (Uruguai) e o franco-brasileiro Matthias Lehmann). A presença dos convidados possibilitou trocas e intercâmbio entre público e quadrinistas. A ilustradora, designer, blogueira e cartunista convidada, a norueguesa Jenny Jordahl (Noruega) - autora do premiado Mulheres na Luta, traduzido para 28 línguas -, comentou que na Noruega não tem “um Festival tão vivo” como o FIQ. A jovem quadrinista premiada Zoe Thorogood (Reino Unido), um dos nomes mais falados dos quadrinhos na Inglaterra, teceu elogios à diversidade de artistas: “eu amo a quantidade de artistas independentes que estão aqui e o tanto de arte original em exposição. Normalmente estou muito acostumada a frequentar convenções americanas com celebridades. Mas poder estar em um espaço tão criativo com jovens artistas que estão criando trabalhos realmente originais é fantástico”, afirma. 


Entre os nacionais, destaque para a mesa “É possível produzir quadrinhos indígenas?”. Foi a primeira vez na história do FIQ que autores indígenas sentaram para discutir sobre a própria produção dentro dos quadrinhos. A artista indígena Célia Tupinambá (BA), moradora da Aldeia Tupinambá e Serra do Padeiro, ressaltou a potência e o alcance dos quadrinhos como um espaço possível para contar a história e lutas do seu povo. “Não tem o certo e o errado. Tem parceria, entendimento e respeito. Não precisa ser inimigo não, que a terra é para todos. As pessoas não conhecem seu lugar de origem e não valorizam suas próprias histórias. Os quadrinhos, devem contar e registrar sobre nossa vida e militância, a garantia do território, a violação dos direitos que nossa gente vem sofrendo, surgem como mais uma ferramenta de luta para contar e esclarecer às pessoas onde nosso corpo não chega”, diz. 


Outro ponto alto da programação nacional, foi a mesa “Rap e Quadrinhos” que contou com a presença dos paranaenses, o quadrinista Guilherme Macht e o rapper Rashid. A dupla atraiu fila de fãs para a sessão de autógrafos da graphic novel original Soundtrack, que possui roteiro do quadrinista Guilherme Match e do rapper Rashid, e desenhos do Guilherme. “Eventos ligados à cultura nerd normalmente são pagos e caros, o que dificulta o acesso do público e dos quadrinistas aos artistas convidados. O que o FIQ faz é criar uma ponte para que as pessoas possam de fato entrar para o mundo dos quadrinhos. Quanta gente não acaba descobrindo uma paixão, um talento. Quantos novos quadrinistas não vão sair daqui por ter justamente essa oportunidade de ver de graça alguns dos artistas que gostam e os inspiram”, destaca Rashid.


No meio da multidão de visitantes que circulou pelo Minascentro, impossível não notar os olhares atentos e curiosos de cerca de 3.500 crianças e adolescentes de escolas públicas municipais da capital, acompanhados de seus professores. Os estudantes foram contemplados pelo vale-livro: política pública ofertada para as escolas cadastradas previamente e que permitiu, sob orientação dos educadores, a troca do vale por quadrinhos, livros, e todo tipo de material de leitura adequado para a infância e juventude, expostos nas mesas de artistas e estandes do evento. 


A rodada de negócios, ação do FIQ BH que propõe aproximar artistas e editoras, recebeu participações de 15 editoras e 150 artistas. Cada quadrinista teve 10 minutos para apresentar seus projetos às editoras, ampliando o networking profissional. O evento contou ainda com a presença de dois representantes de estúdios de animação que estavam em busca de profissionais e histórias para serem adaptadas para o audiovisual. 


No mesmo ambiente da rodada, uma instalação que reproduz o quarto do menino maluquinho de Ziraldo, em tamanho natural, chamou a atenção da criançada e adultos que paravam para tirar fotos e se reencontrar com a personagem que marcou a infância de gerações de leitores brasileiros. Ainda neste local, foram realizadas atividades culturais como o “Rabiscando o compasso”: novidade do FIQ que combina ilustração e música, ao vivo, convidando o público a testemunhar a composição dos artistas em tempo real. Entre os destaques, pinturas feitas, ao vivo, pelos artistas Shiko e Priscapaes em telas com 2 metros de altura, e ainda, os traços criados pelo desenhista Hill Rocha, ao som do violonista Camilo Solano. 


Rabiscando o compasso

Além de estudo detalhado do Minascentro, que identificou as condições do local para acessibilidade, como rampas de acesso facilitado, banheiros adaptados e a ausência de barreiras arquitetônicas, esta edição do FIQ contou com equipe especializada em medidas e práticas inclusivas para atendimento de públicos diversos. “Reunimos profissionais para atendimento de atividades da programação. Mas também para situações de ambientação, condução a sanitários, bebedouros, praça de alimentação, mediação com os expositores na feira de quadrinhos, entre outras necessidades”, destacou David Cesar, coordenador de acessibilidade do evento. Ele conta que também foram disponibilizadas seis cadeiras de roda para pessoas com mobilidade reduzida e profissionais de libras e audiodescrição para visitas guiadas. “Estávamos preparados como um todo para quebrar as principais barreiras sociais que as pessoas com deficiência enfrentam”, completa. 


O tema da acessibilidade também foi contemplado em uma das oficinas do festival, ministrada pelo roteirista Edward Ramos e pela quadrinista cega Sue Nascimento. Para Sue, “Falar de audiodescrição nos quadrinhos, é falar de igualdade”. O festival ofereceu ao todo 22 horas de oficinas gratuitas para formação de público, destinadas a despertar a curiosidade e o interesse artístico no mundo dos quadrinhos a partir de atividades ligadas à prática do desenho. A programação também contou com 11 master classes de formação destinadas a artistas e profissionais da área, ministradas por convidados do evento.


FIQ EM NÚMEROS 

  • 21 mesas de debates

  • 6 Duelos de HQs

  • 10 atrações culturais

  • 6 convidados internacionais

  • 22 estados brasileiros e Distrito Federal

  • 93 convidados locais e nacionais

  • 266 mesas de artistas

  • 16 estandes

  • 3 mil obras ofertadas

  • 400 artistas, aproximadamente, na feira

  • 15 editoras na rodada de negócios

  • 150 artistas inscritos para a rodada de negócios

  • 22 horas de oficinas livres

  • 11 oficinas de formação/Master Classes

  • 990 participantes das 33 oficinas (livres e master classes)

  • 94 sessões de autógrafo

  • 28 sessões de avaliação de portfólio

  • 10 sessões de filmes

  • 3 exposições

  • 1500 profissionais envolvidos

  • 41.150 visitantes

  • 3.500 alunos e 350 professores da rede municipal Belo Horizonte

  • 3.850 vales livros distribuídos


Sobre o FIQ BH

Em 1997, quando Belo Horizonte comemorou seu primeiro centenário, a capital foi sede de diversos eventos e homenagens. Um deles, em especial, chamou a atenção de todos, com convidados nacionais e internacionais de renome, transformando BH, pela primeira vez, no maior ponto de encontro latino-americano de HQs. Era a 1ª Bienal de Quadrinhos, realizada nos espaços nobres e históricos da Serraria Souza Pinto. 


A partir de 1999, rebatizado como Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ, o evento configurou-se como referência obrigatória para os quadrinistas e hoje pode ser considerado o principal do gênero na América Latina.


A edição mais recente do FIQ BH, realizada em 2022, recebeu mais de 40 mil pessoas. O festival é um espaço de encontro entre profissionais e de troca de experiências artísticas e pedagógicas relacionadas à linguagem da arte sequencial. Além das diversas atividades oferecidas, artistas acadêmicos convidados estimulam a capacitação de profissionais e incentivam a formação de jovens quadrinistas. Neste ano, circularam pelo Minascentro cerca de 45 mil pessoas, reafirmando a importância do festival como o maior do gênero na América Latina.


A Patuá foi responsável pela cenografia de todo o Minascentro, sinalização, identidade visual, design gráfico do material impresso e digital, e site.




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